A jornada da redução da pegada de carbono em redes de suprimento

Ano passado, em colaboração com meus queridos colegas Dr. Anne Touboulic da Nottingham University e Dr. Lee Matthews da Lincoln University, ambos na Inglaterra, publiquei um artigo no renomado periódico internacional Supply Chain Management: An International Journal, intitulado On the road to carbon reduction in a food supply network: A complex adaptive systems perspective. 

O artigo tem como contexto as mudanças climáticas, e a consequente reação de empresas em busca de estratégias capazes de reduzir as emissões de gases de efeito-estufa ao longo de suas redes de suprimento, ou no termo mais comum, redução da carbon footprint – a ‘pegada de carbono’. 

Nós estudamos por cinco anos uma grande marca de batatas chips na Inglaterra e a sua rede de suprimentos, sob o prisma do conceito de complex adaptive systems (CAS), ou ‘sistemas complexos adaptativos’. A partir da empresa focal, nós investigamos os diversos atores envolvidos e as diversas interações em dois níveis: primeiro, em um consórcio de várias marcas para definir padrões de mensuração e redução da pegada de carbono; e segundo, a marca focal e seus esforços de implementação em sua rede de suprimentos em específico.  

 Ao invés de linear e controlado, o processo se mostrou dinâmico e instável. Em especial, destaca-se a pluralidade de atores necessária para destravar o processo de difusão de estratégias e práticas de redução da pegada de carbono na rede de suprimento. O estado de quasi-equilibrium é alcançado quando a grande marca envolve, inicialmente uma ONG e uma Universidade para ‘azeitar’ as relações com as outras marcas; e posteriormente, uma consultoria especializada em pegada de carbono que acaba tendo papel vital na redução da percepção de competitividade que existe naturalmente entre (i) a marca e seus fornecedores, e (ii) os fornecedores entre si. No longo prazo, o desenvolvimento de alinhamento e confiança possibilitou uma redução de 50% da pegada em cinco anos! 

O estudo mostra os limites de controle de grandes marcas em iniciativas desta magnitude e a necessidade de equilibrar as forças, reduzir resistências, e fomentar a pluralidade, se o objetivo é ser efetivo na implementação e difusão de estratégias de redução da pegada de carbono em redes de suprimento. 

Acesse o artigo na íntegra clicando aqui ou envie um e-mail diretamente para redetransparencia@coppead.ufrj.br ! 

Dr. Leonardo Marques para a Newsletter Rede Transparência & Sustentabilidade em Negócios

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